COLABORAÇÃO EM REDE E EDUCAÇÃO
O processo de aprendizagem trata-se de algo que tem
evoluído muito nos últimos anos. Os processos educacionais ganharam muito com o
desenvolvimento da tecnologia. No século passado, as aulas ocorriam apenas de
forma presencial. O professor tinha a sua disposição lousa, giz, cadernos e
livros. O aluno numa pesquisa, necessariamente, teria que se socorrer a uma biblioteca
física (tempo das célebres enciclopédias como a “Barsa”, “Delta-Larousse”,
Mirador, etc). Entretanto, com a difusão do uso da internete este cenário mudou
de forma completa. Hoje, os horizontes são outros e já caminhamos para a
computação quântica.
Naqueles tempos, caso um aluno quisesse frequentar um
curso, necessariamente teria que fazê-lo de forma presencial ou por meio de
apostilas ou livros. Com o surgimento da sociedade conectada em rede de
computadores este cenário se altera.
Inicialmente, os usuários da internete tinham uma atuação
meramente passiva ante ao conteúdo que lhes era apresentado (fase da “Web 1.0”).
Coletava-se o material que se disponibilizava na rede mundial de computadores.
Entretanto, essa forma de utilizá-la revolucionou-se com o surgimento da “Web
2.0.”
Na “Web 2.0” a estrutura é a mesma da “Web 1.0”, o que muda
é a forma de uso. Na “Web 2.0”, as pessoas interagem entre si. Trocam
conteúdos. Surgem, dessa forma, inúmeras possibilidades. Desde a chance de se
assistir aulas virtualmente, interagindo com os outros alunos por meio da
internete, tirando dúvidas com o professor, respondendo questões por meio
virtual.
Os ambientes virtuais de aprendizagem, baseados em
inteligência coletiva nos quais é possível o ensino à distância, EAD, como o
“Moodle”, o “AVA”, “Teleduc” e o “WebCT” rompem os paradigmas de outrora!
Agora, o aluno pode fazer o curso em seu
ambiente, assistindo as aulas de forma síncrona ou não e realizando
atividades, igualmente, de forma síncrona ou não com os demais colegas. Surge
assim, um novo mercado: o dos cursos virtuais por EaD, com custos muito menores
para as escolas, podendo uma sala de aula abranger não mais trinta alunos, mas
infinitas pessoas. Agora, podemos trocar ideias a respeito de qualquer assunto
por meio das redes sociais, dentre elas: “Orkut”, “Twitter”, “Youtube”,
“MySpace” e “Facebook”.
A interação da sociedade em rede revoluciona o mercado do conhecimento,
pois permite a troca de informações de forma muito mais rápida e o acesso a
muito mais conteúdo. Ora, no passado gastava-se fortunas para se ter uma
enciclopédia em casa. Agora, entra-se na internet, pequisa-se no “Google”, acessa-se
o assunto no “Youtube” e na mesma página, logo embaixo, encontra-se um campo
para discuti-lo com outras pessoas que, igualmente, o acessaram, podendo-se
inclusive se incluir novos vídeos na rede, gerando novas discussões sobre o tema,
de forma infinita.
Com a Web 2.0, passa-se a utilizar de “blogs” sobre
diversos assuntos. Uma vez exposto, abre-se azo a comentários de outras pessoas
e estas podem criar outros “blogs” gerando novos comentários e interações.
Da mesma forma, nos ambientes virtuais de aprendizagem,
baseados em ambiente de inteligência coletiva - AVA - ocorreu a proliferação do EaD. Em outros
tempos, a possibilidade de se estudar que ficava restrita apenas aos ambientes
físicos (o aluno tinha que se deslocar até a escola, bem como, o professor).
Com a “Web 2.0” revoluciona-se esse paradigma, permitindo-se que uma pessoa
possa estar em diversos ambientes, simultaneamente, por meio da rede mundial de
computadores (não é mais necessário que o mestre se desloque até a escola ou
que os alunos se coloquem todo na mesma sala de aula). Agora, basta que o
professor esteja diante de um computador que capte sua imagem, voz e
ensinamentos e transmita-os via rede mundial de computadores. Da mesma forma,
alunos podem ainda se deslocar até as escolas onde assistam as aulas deste
professor e interajam por meio dos seus computadores ou mesmo de casa, do
ônibus, do avião, do café ou de qualquer lugar servido pela rede mundial, de
onde possam acessar estas aulas. Surgem novos mercados de ensino,
revoluciona-se o processo educacional, atinge-se um sem número de pessoas. Além
do mais, a possibilidade de desenvolvimento de atividades síncronas e
assíncronas entre os alunos e os professores, independentemente de onde fisicamente
estejam, viabiliza o acesso ao ensino a pessoas que jamais poderiam ter acesso
a este pela forma presencial, tradicional.
Surge um novo mercado do ensino, com a possibilidade de
cursos presenciais, semipresenciais, ou virtuais (EaD). Ocorre uma maior
democratização do conhecimento. Hoje todo o saber está ao alcance de um mero
toque de dedos, basta que as pessoas o procurem. Isso gera mais senso crítico
entre as pessoas que compartilham dessas informações (que também circulam muito
mais rapidamente). Igualmente, viabiliza-se o acesso a pessoas antes alijadas
deste, tendo em vista condições geográficas, ou mesmo pessoais de locomoção
(como os deficientes físicos).
Percebe-se que a Educação Musical teve muito a lucrar com a
“Web 2.0” e a rede mundial de computadores. No século XXI, podemos trazer uma
aula do maestro húngaro, Sergiu Celibidache, para dentro da sala de aula por
meio mero de acesso ao “Youtube” ou mesmo, proporcionarmos aos alunos assistir
a um concerto da Orquestra Filarmônica de Berlim, pela mesma via e com um
detalhe: há possibilidade de troca de informações entre os usuários da rede
(Web 2.0), não são meros espectadores passivos.
Finalizando, podemos afirmar que a “Web 2.0” viabilizou a
ubiquidade nos espaços virtuais de inteligência coletiva, a partir do conceito
de colaboratividade e a democratização do ensino da música de forma crítica,
entrando triunfalmente, de forma irreversível, no mundo da Educação Musical.
REFERÊNCIAS:
CASTELLS, Manuel,
CARDOSO, Gustavo, A sociedade em rede do
conhecimento a acção política,
Disponível em: https://ead2.sead.ufscar.br/mod/resource/view.php?id=223998
Acesso em: 04.11.2.017
MONTANARO, Paulo, Livro Eletrônico “Web 2.0”.
Disponível em: https://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=223997
Acesso em: 04.11.2017
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