WEB 2.0 E EDUCAÇÃO MUSICAL
Licenciatura
em Educação Musical – Polo Franca
Disciplina:
Tecnologia da Internet para Educação Musical - TIEM
Professor: Edgar
Armeliato
Tutor:
Felipe Bernardi
Alunos:
Bruna Fernanda Rodrigues Cabrini - RA 576077
Juliana
da Silva Eleotério – RA 576026
Genival
de Souza Oliveira Júnior – RA 576263
Márcio
trovão dos Santos – RA 576.115
Paulo
Roberto Coelho – RA 576174
Ricardo
Nascimento de Oliveira – RA 576018
AT.
2.2 – WEB 2.0 E EDUCAÇÃO MUSICAL
A
experiência do encontro com a música trata-se de algo absolutamente inefável! A
Educação Musical, como disciplina, realiza esta transcendente ponte, levando os
seres humanos a uma nova realidade, um universo de sonhos, ritmos, emoções. No
século passado, possibilitar-se a uma pessoa ou mesmo um grupo de alunos
contato com uma orquestra na Europa, ou assistir a uma “masterclass” com um
expoente estrangeiro, tratava-se de algo praticamente inimaginável (a não ser a
pesadas expensas). Aulas com professores de outras nacionalidades e inclusive
épocas (como assistir um ensaio do famoso e já falecido maestro Sergiu
Celibidache com a Orquestra Filarmônica de Berlim) era algo absolutamente
impraticável.
Entretanto,
a evolução tecnológica transformou essas meras cogitações e sonhos em
realidade. Por meio da rede mundial de computadores, tudo isso tornou-se
possível e ao alcance mero toque de dedos.
No
século XXI, as distâncias encolheram. Por meio da internete, milhares de
computadores passaram a estar interligados por meio de uma rede mundial.
Romperam-se, assim, os paradigmas de outrora (inclusive educacionais).
Ampliam-se as possibilidades de ensino e aprendizagem (e os educadores musicais
devem estar atentos).
Inicialmente,
planejada como ferramenta de comunicação em caso de guerra nuclear a rede
mundial de computadores se disseminou. Popularizou-se. A “Web”, que
inicialmente apenas apresentava conteúdos às pessoas. Posteriormente, tornou
interativa.
A
Web 2.0 foi criada em 2004 pela empresa americana “O' Reilly Media”. Trata-se
de um termo inventado para representar uma segunda geração de comunidades e
serviços oferecidos na internete, fundamentada em aplicativos baseados em redes
sociais. Por meio dela e suas plataformas, houve um melhor aproveitamento da
inteligência coletiva. Segundo os especialistas, não houve mudanças estruturais
significativas em relação à versão anterior da “Web”. O que mudou foi a relação
das informações entre o usuário e o servidor, traçando-se meios para melhor
aprimoramento na medida em que essa relação acontece.
A
“Web 2.0” trouxe uma mudança de paradigma em relação à “Web 1.0” ao incluir a
participação dos usuários da internete, que passaram de consumidores a produtores
de conteúdo. Esta mudança é realmente significativa, pois trata-se de usuários
alterando e interagindo com conteúdos produzidos por outros usuários
(diferentemente da “Web 1.0” na qual usuários apenas viam passivamente os
conteúdos das páginas da “Web”).
A
nova geração da “Web” (2.0) além de agilizar o uso de aplicativos, também
contempla a participação dos usuários, utilizando-se de estratégias
colaborativas, onde as informações e o conhecimento são partilhados. Como
grande parte dos aplicativos “Web 2.0” só necessitam de um navegador para serem
executados (desde que contenham os “plug-ins” necessários), a interatividade e
compartilhamento são extraordinariamente facilitados, gerando, assim, essa
cultura participativa, em que o conhecimento é construído coletivamente num
fluxo constante.
Ante
a este novo contexto participativo e colaborativo, os usuários passam a
construir e gerir com enorme facilidade uma página pessoal, partilhar e
absorver conteúdos “online” em mídias sociais, discutir assuntos do seu
interesse em “blogs”, “chats” ou listas de discussão, podem criar bases de
conhecimento colaborativo ou integrar-se em comunidades de aprendizagem.
As
redes sociais, de forma geral, contribuíram exponencialmente para a troca de
informações, mas a maioria não tem foco acadêmico, como o “Facebook” e
“Watsapp”. Por outro lado, os aplicativos como o “Moodle”, utilizado no Ensino
à Distância, é um bom exemplo de “webware” que se beneficia da “Web 2.0” e que
vem se aprimorando conforme com a utilização. Há que se considerar ainda os
“blogs”, que são sites apropriados para textos, e além deles, os “fotologs”,
apropriados para imagens, e “videologs”, apropriados para vídeos.
A
partir daí, um amplo campo se abre para a educação musical, a começar pelo que
Silvia Bechara (2015) chama de Educação Musical 2.0, em seu trabalho “Jovens
estudantes de música na cibercultura musical”. Vejamos:
"Quando
falo em Educação Musical 2.0, me refiro a estas características da web 2.0,
pois o estudante também é criador do conteúdo musical que posta em seu
Facebook, ao compartilhar um vídeo de um instrumento exótico, ou ao postar um
vídeo de sua performance fazendo música de autoria própria, ou ainda fazendo
uma versão de uma trilha de anime. A partir do momento da criação desse conteúdo,
cria-se um espaço para discussão, podendo ser um local de troca de informações
musicais."
Esta
autora identificou 4 tipos principais de enfoque de pesquisa com relação à
educação musical e mídias sociais: as que investigam as comunidades “online”;
as que tratam da relação dos indivíduos com dispositivos móveis de escuta
musical; música nas mídias sociais – “Orkut”, “Facebook” e “YouTube”,
principalmente; e as que se dedicam a consideração acerca do comportamento
frente às “TICs”.
De
uma forma geral, Bechara relata estudos que mostram que as comunidades “online”
propiciam um ambiente de troca de informações sobre música, contribuindo para a
construção de conhecimento musical, e destacam as mídias sociais como um espaço
onde se estabelecem novas relações com a música, atentando para a necessidade
de se discutir o assunto entre os educadores musicais, visando a reflexão de
práticas pedagógicas mais relacionadas com a contemporaneidade.
A
autora cita ainda Gohn, para quem “As mídias sociais podem ser um recurso
interessante para a socialização entre alunos e professores, além de servir
como ferramenta de divulgação do material de aula, facilitando o acesso a
repertórios, partituras ou apostilas”. Entretanto, Gohn alerta
que “é importante filtrar o universo que existe nas redes eletrônicas e
indicar boas fontes para estudo, e esse papel é primordialmente do professor.” (GOHN,
no prelo a, p. 11). Entendemos na necessidade do professor ficar ligado nas
novidades virtuais.
Há
anos atrás, o ensino a distância era realizado via correio para níveis de
educação básica e técnico. Hoje, com o uso da tecnologia e a “Web 2.0”, o
ensino a distância se propagou alcançando o ensino superior e a pós-graduação,
(apresentando-se não somente em nível de bacharelado ou licenciatura, mas,
igualmente, em pós-graduações à distância, cursos de extensão universitária,
especializações, MBAs, mestrados e doutorados entre tantas possibilidades).
Assim, por meio de plataformas “online”, universidades e instituições conseguem
alcançar uma quantidade muito maior de pessoas interessada em ganhar
conhecimento. Por outro ângulo, abarcando um mercado consumidor de ensino muito
maior, praticamente infinito (incluindo pessoas antes impossibilitadas de
acesso a estes, haja vista impossibilidades físicas: como no caso de
deficientes, ou, em lugares afastados dos centros urbanos, mas servidos pela
rede mundial de computadores e até a terceira idade – com pessoas que voltam
aos bancos escolares virtuais em busca de uma nova graduação ou pós-graduação
via da EaD (e um novo motivo de inspiração para suas vidas). O ensino da
Música, da mesma forma, não se fez exceção.
No
século passado, a poucas décadas, tinha-se a ideia de que para se aprender e
ensinar música era necessário que um professor sempre estivesse ao lado do
aluno durante as aulas para que este pudesse desenvolver o seu conhecimento.
Entretanto, hoje este conceito foi superado. Apesar da distância física, via
internete conseguiu-se aprimorar o ensino da música. Não se faz mais necessário
o contato presencial entre aluno e professor em sala de aula para se obter o
aprendizado de qualidade. Por meio dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem
- AVA - é possível a obtenção de aulas de qualidade equivalente, senão
superior as tradicionais. Dessa forma, o ensino musical pode ser feito à
distância, por meio de plataformas de ensino, vídeos, “blogs”, baseados em
espaços virtuais, criados com fundamento na colaboratividade da criação do
conhecimento e na inteligência coletiva dos participantes.
O
ensino virtual de aprendizagem, via rede mundial de computadores -“Moodle”, o
“WEbCT” e o “Teleduc”, eficaz como o convencional. Assim, ganham professores e
alunos, pois há muito mais versatilidade de horários, com atividades síncronas
e assíncronas (documentadas por meios dados seguros – que realmente aferem se o
aluno compareceu às atividades em determinado período de tempo), bem como, se
amplia de forma exponencial o acesso as fontes de conhecimento (que já não
precisam mais estar dentro de uma sala de aula física, mas podem se localizar
em um computador em qualquer lugar do mundo, desde que conectado à rede
mundial). Ante tal situação fática, é possível acessar conhecimentos que eram
impossíveis de serem trazidos para a sala de aula física, presencial ou mesmo
trazermos aulas especiais com professores em qualquer lugar do mundo ou de
outras épocas (até mesmo já falecidos) bastam que estejam gravadas suas aulas e
disponíveis em um computador conectado à rede mundial.
Essa
revolução, oriunda de uma crescente e constante evolução cibernética, nos
mostra a complexidade da sociedade contemporânea, com maior acessibilidade à
rede e com a velocidade de acesso a novos conhecimentos. O avanço das
tecnologias de comunicação e informação, estabelecendo uma nova ordem para o modelo
educacional vigente e sua prática tecnológico-pedagógica, não só pela
influência deste cenário sobre a prática docente e a discente, mas também, pelo
que isso pode significar em termos de resultados concretos para a melhoria da
qualidade no processo ensino-aprendizagem e seus reflexos no cotidiano do
aluno, fator este que deve ser de melhoria na educação e na qualidade de vida
de uma população.
Para
Moran (2007, fls. 145-146): “Estamos caminhando para um conjunto de
situações de educação on-line plenamente audiovisuais. Caminhamos para
processos de comunicação audiovisual, com possibilidade de forte interação,
integrando o que de melhor conhecemos da televisão (qualidade da imagem, som,
contar histórias, mostrar ao vivo), com o melhor da Internet (acesso a bancos
de dados, pesquisa individual e grupal, desenvolvimento de projetos em
conjunto, à distância, apresentação de resultados) e do celular (mobilidade).”
A
“Web 2.0”, como plataforma digital, possui ainda um grande potencial do ponto
de vista da gestão de ensino, destacando funcionalidades que facilitam e
articulam ações pedagógicas de gestão tais como: gestão da aprendizagem, gestão
de resultados (indicadores e gráficos), gestão de acessos e controle de
frequência virtual, gestão de atividades e entregas, etc. No campo da
comunicação, articula multimeios, informações e ações docentes, otimizando o
processo comunicacional, vinculado à gestão de ensino.
Com
a revolução dos ambientes virtuais de aprendizagem, empenho de docentes e
discentes, a presença física em sala de aula torna-se um “plus” educacional,
não se fazendo condição imprescindível. Assim, as possibilidades de expansão do
conhecimento se dinamizam, as experiências se enriquecem e o ambiente virtual
de aprendizagem entra para o mundo da Educação Musical triunfalmente, de forma
irreversível e absolutamente definitiva.
REFERÊNCIAS:
AMOROSO,
Danilo, O que é Web 2.0?; Tecnomundo. 21 ago. 2008. Disponível em:
<https://www.tecmundo.com.br/web/183-o-que-e-web-2-0-.htm> Acesso em:
01 nov. 2017;
BECHARA,
SILVIA R.de C. CORRÊA. Jovens estudantes de música na cibercultura
musical: facebook e Educação Musical 2.0. Dissertação de Mestrado,
Unesp:2015;
GOHN,
Daniel M., A segunda fase da vivência tecnológica. IN: SANTIAGO,
Glauber (org.) Uso de recursos tecnológicos no ensino musical. São Carlos:
EdUFSCar/SEaD, no prelo a. 368 p.;
MONTANARO,
Paulo. Moodle/Ufscar. Livro
Eletrônico “Web 2.0”. Disponível em: <https://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=223997&chapterid=113742 >.
Acesso em novembro/2017;
MORAN,
José - Tecnologias digitais para uma aprendizagem inovadora -
disponível em http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2017/07/tecnologias_moran.pdf,
acesso em: 04 de novembro de 2017.
MORAN,
José - Integrar as tecnologias de forma inovadora - disponível
em http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/utilizar.pdf.Acesso
em: 04 de novembro de 2017.
MORAN,
José - Tablets para todos conseguirão mudar a escola? -
disponível em http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2014/03/tablets.pdf.
Acesso em: 04 de novembro de 2017.
MORAN,
José - As possibilidades das redes de aprendizagem -
disponível em hhttp://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/redes_aprendizagem.pdf .
Acesso em: 04 de novembro de 2017.
MORAN,
José - Educação e Tecnologias: Mudar para valer - disponível
em http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/educatec.pdf.
Acesso em: 04 de novembro de 2017.
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